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A vida não teria graça sem essas lentes coloridas. Pobre daquele que é monocromático. Prepare-se para embarcar em ilusões. Com foco ou sem foco, seja bem vindo! Luz, câmera, ação!

Ela por ela mesma


Já foi tempo demais. Ela gastou cada energia de seu corpo, alma e coração... Energia refletida em ações. Ações não retribuídas, ações não valorizadas, ações nulas. Quanto tempo - ela se perguntava - vou suportar? Quanto tempo, mais um questionamento, minha sanidade agüenta? Não, ela não agüenta. Uma luta não é feita de um componente, e nesse caso, a luta deveria ser de dois e não foi. Era a primeira vez que a menina desistia de algo. Ela é forte, decidida, guerreira e sonhadora. Sua força é física e a emocional teve que aprender na marra... Agora, mais uma descoberta: aprendeu também a respeitar seus limites. Lutar em conjunto pela mesma causa é uma coisa, lutar sozinha é outra completamente diferente. Ela desrespeitou seus limites, seus valores, seu amor próprio. Ela errou. E o erro consigo foi maior que qualquer outro cometido. É hora de mudar. Mudar pra onde? Ela perguntava... E aos poucos entendia que a mudança não era de localidade. A mudança vinha dela: energia, pensamentos e por fim, ações. Novas ações. Essas guiadas pelo respeito e amor, não pelos outros, mas simplesmente por ela. É hora de se amar. A menina começava enfim uma nova jornada, agora com ela mesma. E sua companhia bastava.

Recomeço


Algo estava diferente. Dois anos se passaram e a menina de olhos que transbordavam continuava a sentir. Sentia, não menos que antes, mas sentia diferente. Estava, enfim, lidando com o que mais temia: dor. Engraçadas as contradições da vida: a resistência que tinha à dor física era praticamente nula ao se tratar do verme que corrói a alma. Ela descobria que o que sentia dentro de si era refletido em dor física também, mas essa era nova, diferente, e estava apenas começando a lidar. Mais uma vez: engraçadas as contradições da vida. A garota chegava a tantas conclusões tristes, mas que de tão tristes a fizeram sorrir. Não um sorriso falso, mas sim um puro e verdadeiro, pois, finalmente, passava a enxergar o que fingia que não existia. Existia dor, solidão, frustração, decepção. Repetição: engraçadas as contradições da vida. Tantas conclusões negativas, de maneira súbita, inexplicável e encantadora se revertiam em suspiros aliviados. A menina era puro alívio. Alívio por saber que de tudo vivido há sempre um aprendizado, um fim e um recomeço. Alegria por finalmente entender o que a fazia sofrer e por escolher dar um basta nisso. Talvez, pela primeira vez em sua curta jornada, a menina agiu. Ela aprendeu que a vida é feita de escolhas, que escolher nem sempre é tão fácil quanto parece e que muitas vezes, teria que escolher o que não queria a princípio. Ela escolheu, sofreu, chorou, mudou e principalmente: lidou. Encarou o que não queria e achou graça nas contradições da vida: o que não queria era o que mais precisava. Sorria, e sentia aquela alegria melancólica de quem estava apenas começando a viver.
 
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